18 de fev. de 2008

Liberdade e escravidão

Um dos pontos comentados acerca do recente hype da ótima Mallu Magalhães é o fato dela ter gravado e divulgado todo seu trabalho à margem do sistema das grandes gravadoras. É um tema recorrente dentro do contexto da música alternativa, e parece haver um certo consenso de que a derrocada dessas gravadoras seria algo bom para a música. Mas não acho que seja bem por aí.
Ao tomar as rédeas de seu próprio negócio, o artista passa a ter mais liberdade criativa, além de um retorno maior – ao menos em relação àquilo que vender. Como ocorreu no recente episódio do lançamento do In Rainbows, ao diminuir a cadeia de pessoas envolvidas na gravação e divulgação do álbum – ou seja, tirando a EMI da jogada – o Radiohead deve ter ganho uma bolada maior. Além, é claro, de não prestar satisfações a nenhum executivo sobre a diração artística a ser dada ao trabalho.
Muito bem. Mas, será que o Radiohead seria capaz de gravar o In Rainbows se, lá atrás, a EMI não tivesse dado à banda dinheiro para gravarem o Ok Computer? Ou o dinheiro e a liberdade para um Kid A? Duvido. Certas canções não podem ser gravadas em um estúdio caseiro e lançadas em uma versão digital de qualidade sofrível.



Há, ainda, a questão do investimento. Diante de um crescente mercado interessado em música de boa qualidade, as gravadoras sempre investiram em novas tecnologias. Pensemos nos Beatles, que sempre tiveram um bom background para darem corpo às suas idéias, nem sempre baratas.
Portanto, se é claro que o sistema tradicional das gravadoras tem seus vícios e deve ser alterado sob o fundamento de que os artistas ganham pouco e os consumidores pagam demais, não é tão evidente assim que desmontar a indústria e jogar tudo nas mãos dos artistas vá tornar o mercado musical um paraíso.
Liberdade pode ser escravidão, como diz aquela máxima orwelliana.

7 de fev. de 2008

Último BOTECO ROCK!

Nesta quinta-feira rola a última edição do BOTECO ROCK, projeto especial de férias organizado pelos coletivos meia dúzia DJs, Hitburners, Groselha Fuzz e Milkshake. Trata-se de um happy-hour com discotecagem rock'n'roll, cerveja de garrafa e entrada franca.
Nas três festas anteriores rolaram de clássicos como Smiths, Strokes, New Order, Joy Division e Beatles, além de artistas raros nas festas de Ribeirão-Preto, como Velvet Underground, Ben Folds Five, Leonard Cohen, Jeff Buckley e até um mini-set de jazz! Em algumas edições a animação foi tanta que, de happy hour, o boteco virou uma balada "mad hour" noite adentro...
Assim, não percam a oportunidade de apreciar esse último boteco antes de serem obrigados a voltarem aos barzinhos com Jorge Vercilo, Maria Rita e samba-rock universitário...

Fotos do boteco anterior em nosso Flickr: www.flickr.com/photos/meiaduzia

Serviço:
BOTECO ROCK
Local: Liver Power Rock (Porão) - R. Cerqueira César, 629.
Quinta-feira, dia 07 de fevereiro, a partir das 19h00.
Entrada franca.