10 de dez. de 2007

Melhores de 2007 (d. chiaretti)

In Rainbows (Radiohead): previsível este aqui. Não preciso nem me alongar muito, já que muita gente boa escreveu muita coisa sobre o disco e tudo que o cercou. Musicalmente, vejo o álbum como um disco de conciliação entre as diversas fases do Radiohead, unindo canções mais percussivas da fase "Kid A" com as melodias no começo da carreira, de esquisitos elementos eletrônicos com harmonias mais orgânicas, versos apocalípticos com histórias de amor etc. Disco do ano.




Sky Blue Sky (Wilco): O disco lançado esse ano por Jeff Tweedy e sua trupe é, acima de tudo, um disco anacrônico. As melodias e harmonias remetem ao blues, folk e, claro, ao country. Os solos de guitarra tão explorados no disco anterior ainda estão presentes mas, talvez por conta do afastamento do produtor Jim O’Rourke, estão muito mais próximos de um Neil Young de “Everybody Knows This is Nowhere”. E até mesmo as letras têm esse ar passadista, falando de céus azulados, o Sol brilhando, um sujeito machão tentando deixar a casa limpa para o retorno de sua mulher etc.




The Flying Club Cup (Beirut): em seu segundo disco, o moleque Zach Condon une elementos da chanson française com o estilo já consagrado no álbum anterior, que inovou ao misturar indie rock com uma música supostamente tradicional da Europa Oriental. Assim, apesar de melodias palatáveis, o disco garante uma boa dose de inovação sonora que destaca, de cara, o Beirut de seus pares.



The Great Unwanted (Lucky Soul): qualquer pessoa que conheça um mínimo de história da música pop percebe que o Lucky Soul segue à risca a cartilha do pop americano da primeira metade dos anos 60, aquele encabeçado pelo genial Phil Spector. Está tudo lá: uma vocalista charmosa à frente, melodias grudentas, harmonias cheias e uma canção que vai crescendo até um ápice sonoro. Não possui quaisquer pretensões artísticas, e sequer se insere dentro de um contexto musical que as exija. Quer sim, na cara dura, emular as Ronettes, as Shangri-las, as Angels, certos artistas da gravadora Motown, os Beatles da primeira fase etc. Deixa isso explícito, inclusive, com a canção “The Great Unwanted”, que termina com uma comovente citação de “It’s My Party”, da Leslie Gore.




White Chalk (PJ Harvey): nada de urros ou guitarras bluseiras saturadas. Neste disco, PJ Harvey optou por um disco cheio de piano e arpa, com belas melodias repetitivas. O resultado final é um disco climático, quase lúgubre, difícil de ser ouvido. O esforço, no entanto, vale a pena, já que esse álbum da PJ Harvey, assim como o já citado In Rainbows do Radiohead, opta pelo caminho mais difícil para, propositadamente, tentar levar algo novo ao ouvinte.




Menções honrosas: Neon Bible (Arcade Fire), It's a Bit Complicated (Art Brut), The Stage Names (Okkervil River), No Shouts, No Calls (Electrelane), Dean Warehan & Brita Phillips (Black Numbers), Jens Lekman (Nigh Falls Over Koterdala), Thurston Moore (Trees Otside the Academy) e Bandeirante (Os Telepatas)


Single do ano: Umbrella (Rihanna). E ponto final.




Um comentário:

Anônimo disse...

não consigo entender essa história de Rihanna...