29 de abr. de 2008

Rock alternativo

Numa grosseira aula de história do rock, poderia dizer que o indie atual tem suas origens próximas calcadas no post-punk, mais precisamente no college rock, que uniu a simplicidade do punk rock a uma temática mais "artística". Daí nasceram bandas como R.E.M., Sonic Youth, Pixies, Mission of Burma, Gang of Four etc.
Mas, depois de algum tempo, o Grunge veio, quebrou a tal barreira do mainstream e o alternativo, foi embora, apareceu a internet, o Pitchfork, os nerds venceram e se tornaram descolados. A partir daí, ninguém mais precisava se esforçar muito para ter acesso ao rock alternativo e, talvez por conseqüencia dessa "democratização", o indie transformou-se numa marca. Sobre o tema, há um ótimo texto do Simon Reynolds publicado no jornal inglês The Guardian.
Mas, entre esses heróis do college rock e os cabelinhos meticulosamente desarrumados dos Strokes houve uma série de bandas que, nos anos 90, mantiveram a dignidade indie (aqui no sentido original, de independência) de quem se preocupa mais com boa música do que com marca de xampu. Neste seleto grupo, entre outras bandas, tínhamos/temos os Flaming Lips, Wilco, Mercury Rev, Teenage Fanclub, Luna, Pavement etc.
A boa notícia é que muitas dessas bandas estão ativas. Neste sentido, vale a pena ouvir o disco novo dos Tindersticks, "The Hunger Saw", lançado oficialmente no último dia 28 de abril em CD, versão digital e, claro, vinil.
Ouvi apenas uma canção, "The flicker of a little girl", disponível no My Space da banda, e percebi que a sonoridade da banda está intacta: a voz de crooner de Stuart Staples, as orquestrações, as letras poéticas.
Tudo isso sem a afetação dessa grife chamada atualmente de indie rock...

Um comentário:

Anônimo disse...

Não acredito que perdi o show do Mercury Rev aqui em Curitiba...